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    Entrevista - Miguel Campos 

Miguel Campos foi sem duvida uma das principais figuras da temporada 2001 do Nacional de Ralis. Depois de ter sido contratado a meio do ano pela equipa Peugeot Esso Silver Team SG, o piloto de V. N. de Famalicão acabou por se revelar uma excelente surpresa, sendo absolutamente decisivo quer na conquista do titulo de marcas por parte da equipa do "leão", quer no titulo de pilotos. 

É da temporada 2001 e do seu futuro nos Ralis que nos fala Miguel Campos. 

De cinco provas realizadas, Miguel Campos conquistou dois triunfos e três segundos lugares, se bem que, em dois ralis, o piloto de Famalicão abdicou da vitória para entregá-la ao seu colega Adruzilo Lopes. Há quem diga que Miguel Campos é o "campeão moral" do Nacional de Ralis 2001. Para o piloto do 206 WRC "É sempre complicado estar a falar disso, mas a verdade é que o campeão nacional fui eu. Foi pena o que aconteceu. Quando assinei contrato com a Peugeot, ficou bem claro que ia para a equipa para ajudar o Adruzilo. Nem eu, nem a minha equipa estávamos à espera desta boa adaptação ao carro. Entrar na Peugeot e ser logo campeão nacional era um estatuto espectacular. Quando entrei já sabia o que poderia acontecer e é claro que a Peugeot não ia faltar com a palavra ao Adruzilo.”

Apesar do desenrolar dos acontecimentos terem permitido a Miguel Campos, chegar à ultima prova do ano em condições para discutir o titulo de campeão nacional, a verdade é que os objectivos estavam desde muito cedo delineados por parte da equipa Peugeot. “Na verdade, o meu objectivo era roubar pontos aos meus adversários directos - o Rui Madeira e o Pedro Matos Chaves. Isso começou logo a ser realizado a partir do Rali da Madeira, para grande surpresa minha e da minha equipa. Sempre tive confiança na minhas capacidades. Penso que desempenhei bem o papel. Dos cinco ralis que fiz, consegui sempre subir ao pódio. Isso é muito bom.”, referiu o vice-campeão nacional. 

Muito longe de pensar que, o principal "adversário" de Adruzilo Lopes na discussão do campeonato viria de dentro da sua própria equipa esteve Carlos Barros na altura em que contratou Miguel Campos. Mas a verdade é que isso mesmo acabou por acontecer e o próprio piloto reconhece que "também o Carlos Barros ficou surpreendido. Na realidade o que é normal em cada piloto é pegar no carro e ter um certo período de adaptação. Realmente ele ficou bastante surpreendido, mas é bom porque ele apostou em mim e não é fácil pegar num piloto que não sabe se vai adaptar-se ao carro. Tenho muito que evoluir ainda, mas vou continuar a dar o meu melhor.”
 No Rali da Madeira Miguel Campos surpreendeu tudo e todos ao possibilitar à Peugeot a primeira dobradinha da temporada
Entregando de bandeja o titulo a Adruzilo Lopes no Rali Rota do Vidro, Miguel Campos cumpriu as ordens que lhe foram apresentadas pela equipa. Confrontado com a questão se voltaria hoje a fazer a mesma coisa, o piloto é bem claro. “É muito complicado falar disso, mas é claro que sim. Foram regras impostas quando entrei para esta equipa e - quando se é profissional - tem mesmo que ser assim. Custa sempre um pouco, porque se o meu objectivo pessoal estivesse à frente de tudo, de certeza absoluta que não teria entregue o título ao Adruzilo.”  
A continuidade de Miguel Campos na Peugeot Esso Silver Team SG, está garantido para a proxima temporada, sendo provável a sua renovação para 2003. Para já e para além das provas no Campeonato Nacional, esta confirmada a presença no Rali da Catalunha. Até agora a unica certeza em provas do mundial mas,"Os meus patrocinadores e a equipa estão interessados em lançar-me no Campeonato do Mundo. Não sabemos ao certo em que provas, mas os objectivos serão talvez duas ou três. Enquanto não sair o calendário, nada está decidido", refere Miguel Campos que não esconde que "o meu objectivo pessoal é mesmo esse. É claro que o Carlos Barros é uma pessoa muito importante neste grande passo. Se fizer para o ano duas ou três provas, de certeza absoluta que para 2003 vou arranjar patrocínios para fazer o campeonato. Se estiver sempre na Peugeot,  o carro é um excelente e o Carlos Barros é uma pessoa importante. Não vou deixá-lo ficar mal. Penso que estou no caminho certo, com as pessoas certas.”  

Em 2002 Miguel Campos será o único piloto a tripular o 206 WRC da Peugeot Esso Silver Team SG

Para a temporada dentro de portas há para já "algumas incógnitas. Sei que há por aí alguns projectos de pilotos em WRC, portanto, tudo indica que poderá ser um ano até melhor que o ano passado, porque poderão haver marcas diferentes e a mesma quantidade de WRC’s. À partida, as saídas de Pedro Matos Chaves e de Adruzilo Lopes, tornam-se baixas muito importantes e que, de certa forma, irão tirar um pouco de prazer às vitórias que poderei alcançar. Será bom vencer, mas com estes grandes pilotos, seria muito mais importante.” 
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